domingo, 14 de agosto de 2011

2000 - A conjunção de dois planos - parte 1


2000 – A conjunção de dois planos

Mario Sassi e Trino Tumuchy

O livro traz a história de um personagem intelectual mas leigo em questões espirituais que se inicia através da clarividente Neiva, uma pessoa simples, caridosa e bastante dedicada as atividades do espírito. Por conta dessas características, Neiva, é escolhida para se conectar com espíritos elevados e obter informações da história milenar dos antigos habitantes da terra e que ainda não fazem parte do nosso conhecimento científico. Um exemplo de contextualização do livro é a explicação das grandes construções dos egípicios com as antigas civilizações na América latina fazendo a conexão com espíritos de outros mundos.

Não se trata do resumo do livro e sim uma compilação dos trechos que considerei mais interessantes, dessa forma não precisarão ser lidos em sequência.

Prefácio

Este livro traz a chancela do Vale do Amanhecer, e isso significa autenticidade e desmistificação. O leitor que já conhece os livros precedentes, “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Sob os Olhos da Clarividente”, sabe da nossa preocupação em simplificar, esclarecer e, principalmente, tornar cada assunto acessível a qualquer mente com adequação gradativa. A primeira medida nesse sentido é tornar claro que o concernente ao espírito e ao destino humanos não é aprendido somente pela mente aculturada escolarmente, mas, sim, pela receptividade de outra natureza, do conjunto psicofísico-espiritual, o ser humano tomado no seu todo.

A humanidade sempre se preocupou com sua origem e, mais ainda, com seu destino final. Mas, todos os esforços nesse sentido parecem, sempre, terminar nas incógnitas das revelações imprecisas, sejam elas científicas ou religiosas. Isso tem levado à dúvida, à insegurança e ao desespero final, tão bem caracterizados neste final de ciclo. A finalidade deste trabalho é trazer um pouco de tranqüilidade e segurança. A retrospectiva de 32 mil anos até nossos dias, com boas possibilidades de serem encontradas provas das afirmações, fornecerá à mente humana abundantes elementos de perspectiva, tanto da visão individual como coletiva. Também, as afirmações do campo psicológico são relativamente fáceis de serem verificadas. Por exemplo: qualquer ser humano, mesmo medíocre nas letras, poderá distinguir, no seu campo de consciência, quando os estímulos de suas ações têm origem no corpo, na alma ou no espírito.

A preparação

Outra coisa, que logo aprendi, é que as revelações não me eram feitas em função da minha capacidade intelectual ou cultural; eu as percebia por um merecimento de outra ordem, um estado sutil, notado apenas de relance. Assim é que entendi aquele máxima iniciática, que diz: “Quando o discípulo está preparado, o mestre aparece!”

Iniciação
Meu filho, – disse ele – você é um missionário de Deus e, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, terá que anunciar as premissas da civilização do III Milênio, recebidas por intermédio desta médium clarividente. Você dará testemunho do Espírito da Verdade, cuja missão é marcar a transição milenar. Os três anos que teve de aprendizado e disciplina seriam poucos se não fosse a grande bagagem de que é portador, pelas vidas que já teve neste planeta. Hoje mesmo, dar-lhe-ei as provas dessas vivências transcendentais. Mas não tente, nunca, ultrapassar a verdade, pois o Homem se alimenta, apenas, daquilo que se pode dar testemunho. A transição real irá começar em 1984, quando Capela, o Planeta Monstro, fizer sentir à Terra sua ação.

A missão

Nesse ponto, perguntei a ele se, realmente, tinha condições para essa missão de tanta responsabilidade. Ele, como se não me tivesse ouvido, continuou:

- Abrirei para você um novo mundo, e você escreverá com o Espírito da Verdade. A Clarividente, que coloco à sua disposição, tem seus olhos entregues a Nosso Senhor Jesus Cristo. Também você confiou a Ele sua paz e sua tranqüilidade, cujo penhor é a ausência de qualquer deslize moral. Tudo será feito por amor de um Deus todo poderoso, e estarei aqui sempre que você precisar de alguma afirmação.

E assim prosseguiu a missão, o preparo das bases que irão esclarecer a humanidade neste fim de era. Daqui partirá a preparação necessária para a interpretação correta dos fatos extraordinários que irão ocorrer nos dias que se seguirão. Aqui seremos os porta-vozes do Espírito da Verdade, que tão alto falou através de Kardec. Não advogamos exclusivismo, nem julgamos ser os únicos portadores das mensagens celestiais. Apenas proclamamos nossa autenticidade espiritual, nossa dedicação integral à ajuda aos nossos semelhantes e a ausência de qualquer interesse, seja pecuniário ou doutrinário.

Ninguém tem qualquer obrigação para conosco; nós é que temos obrigações para com a humanidade. Neste livro, seremos os portadores das notícias de um povo de outro planeta, chamado por nós de o “Planeta Monstro”, devido ao seu tamanho em relação à Terra. Seus habitantes são gente como nós, espíritos ocupando corpos físicos. São moleculares, mas sua composição é diferente da nossa. Seu planeta preside os destinos da Terra desde o princípio, e seu contato com os terráqueos se faz de muitas maneiras. Nos momentos decisivos, nas transições da Terra em sua trajetória infinita, esse contato se intensifica, se materializa. Esse povo sempre viveu entre nós, e nós sempre vivemos entre eles, e essa convivência sempre foi percebida. Apenas, o registro dessas relações é que tem sido feito de maneira precária, devido aos limites naturais dos seres humanos. Também, tais registros nenhuma utilidade teriam, pois apenas pareceriam interferências no sagrado direito de decisão, no livre arbítrio.

Para o ser humano, não é necessário saber como é Deus, nem o que Ele faz ou pretende. O importante é saber como é o ser humano, e o que ele faz ou pretende fazer. Mas, a pergunta surge naturalmente: por que, então, esse contato atual, e o que pretendem eles?

Essas respostas é que pretendemos dar neste livro.

Para começar, repetimos a afirmação acima: não se trata de um novo contato, mas, apenas, uma nova forma de contato. Eles agora virão, como já vieram no passado, fisicamente. Virão para nos ajudar na difícil e catastrófica passagem deste milênio para o próximo. Por enquanto, virão como socorristas, para nos conduzir através dos desastres físicos, psíquicos e espirituais, que se abaterão sobre nós nos próximos vinte ou trinta anos.

Sua própria maneira de chegar já são impactos desagradáveis. Mas tais impactos têm a finalidade de ensaios, de preparação para os acontecimentos do futuro próximo. Seus aparelhos irão causar assombro, e boa porção da humanidade vai-se apavorar, mas isso faz parte da sua didática. Muitas vezes é preciso, ao ser humano, se assombrar e se apavorar para poder enxergar a própria realidade.

Basta imaginar, por exemplo, um imenso aparelho metálico sulcando os céus em velocidade fantástica, com resultados danosos para as aerovias, as comunicações e o equilíbrio da atmosfera, para termos uma idéia do que pode acontecer. Se quisermos estar, realmente, preparados para esse e outros acontecimentos fora do comum, devemos, desde já, ampliar o nosso campo consciencional.

Os pólos da Terra se aquecerão, e o gelo neles contido irá se derreter. A imensa quantidade de água resultante irá se derramar pelos continentes e, com isso, os mares mudarão de posição. Terras emergirão e outras serão submergidas. Montanhas se tornarão pequenas ilhas e rachaduras abissais cortarão a Terra em todos os sentidos. Os climas sofrerão grandes transformações, e a água e o fogo se alternarão no fazimento da nova superfície da Terra.

As modificações orgânicas, resultantes dessas transformações, obrigarão a adaptações psicofísicas do ser humano atual. Essas adaptações são possíveis, pois o ser humano mal conhece sua potencialidade. Conceitos de alimentação, sono e capacidade respiratória terão de ser mudados, para que haja resistência às novas condições ambientais, principalmente no seu caráter mutável do período de transição.

Escola Interplanetária

A visão do planeta Capela foi a abertura de um curso interplanetário, paralelo à missão da Clarividente Neiva. Desde então, ela foi aperfeiçoando sua carreira sideral, vivendo simultaneamente em três planos vibracionais: na matéria densa, no mundo etérico e no plano espiritual.

Na concentração física, na sua personalidade, ela tem sido submetida a todas as provas da sua faixa cármica, vivendo a vida de relação com intensidade. No plano intermediário, na física etérica, ela foi aperfeiçoando seu contato com a matriz da Terra, o planeta-mãe, também conhecido pelo nome de Capela. No plano mais alto, o plano espiritual, ela se submeteu aos rigores da missão crística, com todos os percalços do Caminho da Cruz, do Evangelho e das lições que recebe dos Grandes Mestres.

Os reclamos das leis produzem efeitos dolorosos. O ser humano, nesta situação, procura, então, minimizar as dores, através de artifícios que lhe permitam manter-se nessa anormalidade, como um pássaro em vôo. Um dos artifícios mais comuns é a organização em grupo. Para que uns poucos possam se manter em “vôo espiritual”, outros executam as tarefas de relação. A isso não escapam nem os anacoretas das mais rigorosas iniciações. As lendas nos dizem que, em atitudes extremadas, certos místicos da Índia são sustentados por animais, que lhes levam o parco alimento.

O único ser humano que escapa, com maior perfeição, dessa situação, é o clarividente. Difícil, senão impossível, é saber como se forma um clarividente e o porquê da sua existência. O fato é que são seres raros, e aparecem, vez ou outra, na história deste planeta.

A palavra “clarividente” – “ver com clareza” – confunde-se com a palavra “vidente”- “ver o que não existe”. Confunde-se, também, com “vidência ampliada”. O termo, como se vê, não faz jus às qualidades do clarividente. Mas não se cunhou, ainda, um termo mais apropriado.

O fator magnético

Os mecanismos mediúnicos são muito variáveis e habitualmente se conhecem, apenas, os mais simples, como a vidência, audiência, olfatação, psicografia, incorporação, intuição, etc. Há muita coisa, ainda, a dizer sobre isso, pois o fenômeno é muito complexo. Outra forma de contato sutil é pelo desligamento do espírito do ser humano. O espírito se liberta do campo vibratório do corpo físico e penetra em outros planos, conservando o contato por um cordão fluídico. No plano em que vai operar, ele se entrosa e executa sua tarefa, retornando, depois, ao corpo. Muitas vezes, nessas excursões, ele delineia planos a serem executados pela sua personalidade. A eficiência, nesse caso, depende de sua capacidade na impregnação do ser sob seu comando, daquilo que pretende. Novamente o problema se apresenta em termos de precariedade. Conclui-se daí que a comunicação interplanos é difícil e complexa, mas essa dificuldade apenas mostra a Sabedoria Divina, que garante, em cada plano, a execução das tarefas fundamentais. Houvesse maior permeabilidade e o ser humano seria um indeciso permanente, e pouca coisa se completaria em cada plano.

O Jangadeiro Solitário

Temos percebido esse fato em nosso contato com as pessoas que nos procuram e que se consideram “iniciadas”. Invariavelmente, o foco de suas angústias são as falsas interpretações da realidade. É por isso, talvez, que a Cabala judaica adverte que “o grande não cabe no pequeno...”

A base física de nossa alma é o corpo e, mais diretamente, o cérebro e o sistema nervoso. Esse conjunto é perfeitamente adequado à nossa vida de relação. Nesse complexo harmonioso está registrado todo o conhecimento atávico, acrescido do aprendizado atual. Mas, esse registro, essa experiência acumulada, é bastante, apenas, às necessidades do ser físico, do espírito encarnado e não vai além de certo limite.

No terreno sentimental, a experiência foi mais sutil, e começou no período em que ela desenvolvia suas difíceis técnicas mediúnicas: o transporte e o desdobramento.

Embora parecidas, as duas coisas são diferentes.

No transporte, a parte consciente do espírito sai do corpo e este permanece no plano físico, sendo, apenas, uma pessoa que dorme. O que sai, que nós estamos chamando de “parte consciente”, é chamado e classificado de várias maneiras, conforme a corrente iniciática. Na verdade, consideramos o fenômeno como de difícil, senão impossível, entendimento da nossa razão limitada. O mais comum é se dizer que o espírito é que sai do corpo.

Mas, o transporte é um fenômeno que nos dá uma idéia muito nítida de duas entidades separadas: a alma e o espírito. O corpo que dorme tem toda sua vida em pleno funcionamento, e está, portanto, dirigido pelo seu princípio anímico, sua psique, sua alma. A outra parte, que chamamos, talvez indevidamente, de “o espírito”, fala, pensa, comunica-se e, como no caso de transporte com fonia, fala através do corpo.

No desdobramento, o médium apenas projeta uma parte de si mesmo. Essa projeção “vai” ao outro lugar, executa o que tem a fazer, mas com pleno domínio nos dois locais. Conforme as condições técnico-mediúnicas, a parte projetada pode até se materializar no local. Temos, assim, caracterizado o fenômeno da ubiqüidade, a presença simultânea de uma pessoa em dois locais diferentes. Mas o ser humano desdobrado não precisa, necessariamente, se materializar no local onde vai. Geralmente, os objetivos não exigem isso. Qualquer pessoa pode fazer uma experiência de desdobramento. Forjemos um exemplo: uma mãe está preocupada com um filho que faz uma viagem. Ela não tem certeza de que lhe fez todas as recomendações. Concentra-se, às vezes no meio de um afazer doméstico, e visualiza o filho no local em que está. Esse, sem saber o que se passa, lembra dela e recebe os conselhos, como se a estivesse vendo e ouvindo. Ela sai da abstração, o fenômeno cessa, e ele continua, tranqüilamente, sua viagem.

Nós e o universo

A resposta nos parece clara e simples: essa forma é o limite do ser encarnado, qualquer que seja a dimensão onde penetre. Ele não tem possibilidades na formação de idéias além da sua experiência, da sua alma; o Universo é imenso, mas o universo humano é limitado, finito. Mesmo que, por hipótese, considerássemos os conceitos teológicos, místicos e religiosos como científicos, ainda assim estaríamos encerrados na redoma de nossas concepções. Mesmo a “revelação” religiosa se traduz, sempre, na ideologia, num sistema fechado.

A Teologia e a Ciência representam os pólos extremos de nossa alma, mas ambas correspondem, apenas, a uma realidade aparente. A Teologia nos fala da alma, do espírito e da natureza de Deus, apenas como concepções estratificadas nos momenta filosóficos e sociais. A Ciência, encerrada nas conceituações do mundo denso da matéria, apresenta o Universo apenas num dos seus aspectos – o físico – e o considera como sendo o todo.

A ambas falta uma realidade mais palpável, algo que corresponda a resultados verificáveis, pelo menos relativamente, ao conjunto do Universo. Falta ao juízo humano o conhecimento do intermediário, do fenômeno entre os dois extremos, dos acontecimentos reais, palpáveis, sensíveis do cotidiano, mas que não são explicados em nenhum dos extremos citados.

É nesse plano que devemos situar os fenômenos parapsicológicos, no seu sentido exato de além do psicológico. Nesse âmbito é que estão contidas as iniciações, as práticas esotéricas, o mediunismo, o espiritismo, a parapsicologia, que poderiam ser englobados num termo único: Ciência Espiritual. Mas, antes da concepção, existem os fenômenos, os fatos. Não foi o Espiritismo que criou espíritos autônomos, sem corpo físico, mas, sim, os espíritos é que forneceram as bases para o relacionamento com eles. E foi apenas o hábito mental estratificado e o dualismo ciência-religião que deu características religiosas à obra de Kardec. É por isso, talvez, que ele declara nos portais de sua obra: “Se o Espiritismo não se tornar Ciência, ele perecerá!”

Nossa atitude, agora, não pode ser mais a de quedar à espera, sonhar em meio às dores, procurar o isolamento ou formas de fugir aos problemas, fechar os olhos ao desespero em torno de nós. Nem isso será muito possível daqui para a frente. Quando começarem a aparecer os sinais no céu, a escuridão dominar a luz do Sol, os abismos quilométricos se abrirem no seio da Terra, as águas jorrarem nos desertos e secarem os mares, calores e frios gélidos se alternarem, quem poderá se isolar? Adiantará ser rico, culto ou poderoso? Adiantarão as leis humanas e as artimanhas da economia? Quem irá escapar das doenças estranhas e sem antídoto?

E qual a atitude correta diante dessas ameaças? Talvez seja, somente, a de ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.

As catástrofes não têm importância, pois destruirão, apenas, corpos físicos. Será matéria contra matéria. Mas eles se preocupam é com a desilusão dos espíritos, o fracasso da missão evolutiva, o não cumprimento dos propósitos civilizatórios. Morrer fisicamente é banalidade, é natural, e tanto faz a morte tranqüila como a violenta. O que nos preocupa é a reação humana, a atitude diante do que virá, como iremos receber tais coisas.

Comunicação Interplanos

Nessa intensa atividade, o Homem ampliou seu campo consciencional para mais longe de si mesmo. Os resultados trazem, em si, certa frustração. As alegrias que a conscientização do Universo estão trazendo são empanadas pela mesquinhez da vida terráquea, exigente, confusa, incerta. Hoje, as notícias das tentativas de conquista do cosmos se diluem em nossa angústia psíquica. Por que essa contradição?

Talvez porque estejamos enxergando longe, muito longe, e tenhamos perdido de vista o que está próximo, muito próximo. Procuramos ver as coisas com as extensões dos nossos sentidos, nossos tentáculos mecânicos; vamos longe, mas deixamos a nossa casa desocupada. Enquanto isso, a poeira cobre os aparelhos sensíveis com que a natureza nos dotou, nossas capacidades extrasensoriais, que só funcionam à revelia de nossa consciência. Estamos demasiado inconscientes de nós mesmos.

2000 - A conjunção de dois planos - parte 2

Viagem a outros Planos

O ambiente escuro e abafado onde penetrou era uma caverna de exus. Essas cavernas são habitats de espíritos desencarnados, que vivem na parte mais densa do plano etérico e são portadores de poderes psíquicos. Geralmente, são seres humanos cultos que morrem e permanecem no mundo dos vivos, na camada molecular esparsa do éter. Essa camada interpenetra o plano físico e os seres que nela habitam interagem com os seres vivos pelo campo vibracional intermediário, o campo mediúnico. A energia motora de contato é o ectoplasma sangüíneo fluidificado. É liberado através do sistema nervoso ou, então, diretamente pelo sangue quando em contato com a atmosfera. Isso, aliás, explica a presença do sangue, ou outras fontes liberadoras desse tipo de energia, nas macumbas e práticas de feitiçarias. Isso explica, também, a importância da respiração nesses trabalhos, exacerbada, geralmente, pela movimentação rítmica, cantos monótonos, lacerações, ingestão de álcool, etc.
Mediante o conhecimento da manipulação dessas energias, esses exus agem no plano físico por obscuros propósitos. De modo geral, têm pouca consciência do próprio estado e a serviço de quem eles agem.

- Estamos lhe mostrando o nosso mundo, também chamado Nicho de Deus. Na Terra, ele ainda não tem um nome certo. Creio que vocês vão batizá-lo de “O Planeta Monstro”, devido ao seu enorme tamanho relativo à Terra. Em alguns grupos iniciáticos, ele é chamado Capela. Ele já foi visto duas vezes pelos seus astrônomos. A dificuldade na sua observação é devida ao fato de ser um planeta de trás do Sol, que periodicamente sai da sua órbita, e isso confunde os cientistas.
- A missão fundamental de Capela, no momento, é presidir a transição do segundo para o terceiro milênio da fase atual da Terra. Haverá uma grande mortandade e, ao mesmo tempo, será lançada a nova civilização que irá fazer jus à evolução alcançada por esse planeta. Nessa nova era não haverá a Lei Cármica, pois a Terra deixará de ser escola de expiação. Não existirão doenças e os climas serão constantes e amenos. Antes, porém. Que isso se realize, terá que haver o reajuste final e o encaminhamento dos espíritos que a habitam para seus justos destinos. Saindo de sua órbita, Capela passará entre o Sol e a Terra, e esta ficará nas trevas por três dias. Devido à ausência dos raios solares, haverá tremendas descompensações caloríferas. No seu interior, as matérias combustíveis se queimarão e gigantesco incêndio envolverá em vapores e fumaça grande parte dela.

A multiplicidade do ser
A experiência humana é, essencialmente, antropomórfica. Essa palavra, para a qual não encontramos substituta mais exata, significa a forma, a maneira como o Homem vê as coisas. É a curta visão da vida física, a limitação cérebro-intelectiva.
Embora a capacidade humana de imaginação – elaboração, composição de imagens – seja grandiosa, ela é sempre limitada pela experiência.

“A experiência é como uma lanterna que a gente carrega nas costas: só ilumina o caminho percorrido” – já disse alguém. Essa é a verdade do antropomorfismo.
O Homem atual é um ser irrealizado e sem rumo. Sente-se imerso na voragem da destruição e tem poucas esperanças de um retrocesso, uma retomada do caminho civilizatório. Todos os dias ele proclama sua falência e aceita, com naturalidade, as coisas mais atrozes, como guerras e injustiças, de todos os tipos.
Nos capítulos anteriores, procuramos dar uma idéia, tomando a Clarividente como modelo dos diferentes estados ou faixas vivenciais nas quais existimos. Na superfície da Terra, no seu plano físico, na organização celular chamada matéria, somos um ser físico; no mundo etérico, somos um ser etérico; no mundo astral, ainda molecular, somos um ser astral; no mundo sutil e atômico do espírito, somos um ser espiritual. E assim continuamos, pelo infinito, sendo algo, até Deus!
Mas há que se distinguir nossas posições de ser e estar. Sou físico, etérico, astral, mental, espiritual, mas sou sempre eu, algo definido e particular que engloba as várias formas de eu ser. Essa consciência ampla é o que poderíamos chamar de eu maior, e as formas de ser de eus menores. Com isso, o “eu sou” se tornaria mais lógico como “estou sendo”, ou “sou estando”.
Somente nesse conceito ampliado é que podemos nos considerar, talvez, como centro do Universo. O erro fundamental do antropomorfismo é considerar o Homem, o ser físico, portanto, um dos “eus”, como o todo, o “eu” maior.
“Eu” sou o meu espírito, mas ele – o meu espírito – não é, apenas, o “eu” que sou atualmente. Meu espírito já teve e tem outros “eus”, outras personalidades. São outras almas, outras psiques, que tanto podem ser deste como de outros planos. Isso pode acontecer, e acontece, à semelhança de uma pessoa que possua vários veículos com os respectivos condutores. Embora todos possam estar trabalhando simultaneamente, a pessoa só poderá vê-los se todos estiverem próximos e na mesma estrada. Mas, se cada veículo estiver rodando numa estrada diferente, isso será impossível. Assim acontece com o nosso espírito. Se nossos vários “veículos” estiverem subordinados a uma direção comum, estaremos sintonizados, estaremos em paz. Quando nossos veículos enveredam por caminhos diferentes, entramos em distonia, em dor, mas só assim tomamos conhecimento de nossa dualidade, de nossa tríade ou de nossa multiplicidade.

A torre de desintegração
- Sim, Natachan, fomos nós que a convocamos. Seu país irá passar por uma crise política, resultante de uma mudança necessária. Nós estamos fazendo tudo ao nosso alcance para que essa mudança se opere sem derramamento de sangue. O Brasil é considerado, na espiritualidade, como a “cúpula de Deus no planeta”, e os Mestres não o querem ver imerso em sangue.
Essa surpreendente revelação despertou a curiosidade de Neiva.
- Por que o Brasil tem essa importância? – perguntou – Toda vida pensei que o Oriente é que era importante, principalmente o Tibete.
- Sim, Natachan, – respondeu ele – o Oriente, de fato, já foi muito importante. Até agora, o comando na distribuição das forças pertencia a ele. Isso aconteceu até que esta região estivesse preparada para o reajuste final. O ponto focal, agora, na hora decisiva, é o Brasil e, de modo geral, a América do Sul, principalmente a região dos Andes. Na verdade, Natachan, a posição da Ásia foi transitória. Isto porque o solo da América do Sul é mais velho em relação ao ciclo atual do que o da Ásia. No Brasil e nas Américas já existiram civilizações importantes, que desapareceram há muitos milhares de anos. Há cerca de 32 mil anos, existiram civilizações sob os signos de Áries, Touro, Leão e Virgem; mas os elementos dessas fases não desapareceram. Apenas mudaram de estado, e continuam influindo nos destinos dessa parte do planeta.
- Sem dúvida, Natachan. As forças sob a luz Crística são mais poderosas. Mas o problema não depende disso e, sim, dos espíritos encarnados, do ser humano. Não se esqueça de que se trata de uma luta de influências sobre a mente humana, e é o Homem que escolhe seus amigos. Essa luta tem, também, seu lado técnico, que é o ectoplasma, a energia de contato. Conforme o teor de ectoplasma emitido pelos seres humanos, ele atrai uma influência ou outra. O ser humano, cuja tônica é a animalidade, o orgulho, o intelectualismo materializado, atrai esse tipo de espíritos e se submete, inconscientemente, aos seus planos. Já o Homem cristianizado, cuja tônica seja a do amor ao próximo, a tolerância, a humildade, esse emite um ectoplasma fino, fora do alcance desse tipo de espíritos. Na claridade, na composição molecular desse fluido se entrosam espíritos de Luz, construtivos e criadores. Percebeu a diferença, Natachan?
- Sim, senhor Johnson, creio que entendi bem. Conforme nossa maneira de ser, nós entramos em sintonia com nossos semelhantes.
- O senhor falou dos signos que presidiram essa gente toda. Nesse caso, o senhor considera a Astrologia como válida?
- Sim, Natachan, a Astrologia é válida, mas não nos termos em que é apresentada na Terra. Na verdade, é uma profunda iniciação, que só alguns conseguem alcançar em vida na Terra. Seus princípios são exatos e científicos. Os seres que são enviados à Terra o são consoante um conjunto vibratório de astros ou mundos. Esses corpos celestes de origem dão a esses seres a tônica de sua trajetória no planeta e alimentam o seu psiquismo. Cada ciclo da Terra está sob a predominância das vibrações de um conjunto planetário. Isso explica os signos que citei há pouco.
- Sim, Natachan. Direi tudo o que puder sobre eles, para que você possa saber o que fazer na sua missão junto aos homens públicos de seu país. Há milhares de anos, conforme lhe disse há pouco, esses espíritos eram encarnados e tinham importante missão civilizatória. Mas desenvolveram o seu orgulho a tal ponto que se libertaram das influências benéficas dos seus Mestres e se desenvolveram, sempre, na tônica da razão e do egocentrismo. Atingiram, assim, altos conhecimentos científicos e, ao desencarnarem, eles permaneciam no plano etérico, formando ali verdadeiro exército de cientistas, principalmente de químicos e físicos. Eternamente preocupados com o conhecimento intelectual, eles fundaram, nesse plano, grandes escolas e universidades, semelhantes às atuais da Terra. Para elas são atraídos espíritos dos que desencarnam irrealizados, em conflito com as Leis do Cristo. Trabalhando com as energias animais da Terra e outras forças do plano etérico, eles criaram uma “química ectoplasmática”. Com essa matéria, eles se alimentam e fabricam equipamentos de todo tipo. São muito versáteis e plasmam as mais variadas formas de se apresentarem. Uma dessas falanges de apresenta como “astronautas” e tem engodado com essa roupagem. São os tais “verdinhos”, que já têm sido vistos por muitos terráqueos. Sua aparência, na Terra, é a de homens com mais ou menos um metro e meio de altura, vestidos com roupas de viajantes interplanetários, com botões, antenas, armas estranhas, etc. Sua capacidade de materialização, na Terra, é muito grande, devido ao seu conhecimento na manipulação fluídica. Isso se deve, também, ao fato de habitarem nas camadas mais próximas da superfície. Esses espíritos são a maior fonte de enganos dos pseudo-iniciados e cientistas desprevenidos. São eles que alimentam falsas idéias a respeito das coisas do Universo. Com isso, eles fomentam iniciativas mais tristes, afastam o Homem do seu destino evolutivo. Seu maior argumento é falar em nome de Deus. Com isso, justificam os encarnados sob sua influência de muitos absurdos. Seu supremo ideal é conseguir encarnar no planeta pelos seu meios, independentes da Lei Cármica. Mas, os milhares de anos em que tentam, já começaram a pesar neles. Por isso, ao verem que o fim se aproxima, eles estão dando tudo o que têm. Uma das universidades chama-se Vale das Sombras e a ela são agregados os desencarnados que ocupam posição religiosa ou científica de relevo na Terra, mas que não conseguiram se harmonizar com as Leis Crísticas. Um dos objetivos desses espíritos é levar ao desânimo os encarnados que tentam seguir a trilha do Mestre Jesus. Para isso, eles fomentam o culto de Jesus sangrando, pendurado numa cruz. São sanguinários como você, Natachan!
- Sim, Natachan. Vocês, na Terra, amam de preferência Jesus açoitado, sofrido, humilhado! Na verdade, esse Jesus é, apenas, o reflexo do masoquismo inconsciente de vocês, das suas dores inaceitas e das suas frustrações. O verdadeiro Cristo Jesus é todo suavidade, bem diferente daquele dos seus crucifixos e suas esculturas cheias de vermelho sangüíneo! Aliás, Natachan, o culto do sangue tem um significado especial para esses espíritos, pois é dele que tiram sua matéria-prima, o fluido magnético animal, o ectoplasma

O umbral capelino

- No sentido mais lógico que os encarnados podem ter da Justiça Divina – respondeu Tião – O espírito, acrisolado no seu próprio egoísmo, estaciona num ponto qualquer da sua trajetória, ficando para trás em relação aos outros. Estabelece-se, então, uma diferença vibratória, que é a causa da maioria dos conflitos entre os encarnados. Enquanto alguns progridem no amor, na tolerância e na humildade, outros se desenvolvem no ódio, na crueldade e nas ações maléficas. É verdade que existe a Justiça humana, que procura estabelecer o equilíbrio. Mas esta atua, apenas, parcialmente, pois não pode ir além dos preceitos legais, quando as ações desses espíritos violam seus princípios. Mas, a Justiça humana abrange pouco além do comportamento efetivo, e como irão se corrigir as faltas não previstas e não codificadas nas leis? De que forma irão ser reajustados os desgastes profundos causados pela maledicência, pela inveja, pela calúnia, pelas astúcias e as ações secretas? Como serão recompensadas as vítimas da maldade humana, se a Justiça dos homens é tão precária? A resposta está aqui, no Mundo Maior, no Planeta Mãe, cujo tamanho e organização provê todas as oportunidades de reequilíbrio, de retificação das trajetórias desviadas. E aqui, Neiva, é uma das suas “oficinas de reparos”, com sistema de departamentos. Foi a visão deste mundo que inspirou a obra de Dante Alighieri, a sua “Divina Comédia”. O Homem moderno deveria reler Dante, pois dispõe de uma perspectiva mais ampla para entendê-lo.
- Quando voltar para a Terra, vou comprar esse livro! – disse Neiva, com simplicidade.
Tiãozinho continuou:
- Aqui existe uma divisão em vinte e um departamentos estanques, como se fossem mundos separados. Os espíritos que desencarnam na Terra passam pelas Casas Transitórias e, tão pronto completem seu tratamento, são encaminhados para cá. O departamento escolhido é de acordo com sua problemática. Geralmente ele vai encontrar e conviver com espíritos da mesma gradação, sem os benefícios da diversificação da Terra. Lá, ele aprendia, acumulava lições na liberdade da condição do encarnado. Se era maldoso, a bondade dos outros equilibrava suas ações. Aqui, sua situação muda, pois os espíritos têm as mesmas condições dele. Só assim ele irá sentir na própria carne as coisas que costumava fazer aos outros. Assim como um criminoso contumaz, que ao ser perseguido por outros criminosos sente todos os terrores do atentado à sua vida. Só assim ele se conscientiza, toma conhecimento do que é ser vítima, ser perseguido. Aqui, ele se lamenta porque percebe a oportunidade que perdeu, como encarnado. Faz, então, seu autojulgamento e sua autocondenação e, depois, na convivência áspera, no conflito equilibrado, ele evolui e muda de departamento, sempre no processo de ser colocado junto aos iguais. A organização é perfeita, nos mínimos detalhes. Há, por exemplo, um setor para onde vão as velhinhas intransigentes, essas matronas que não perdoam as travessuras dos mais jovens e acham que o mundo nada vale. Aqui, na convivência com outras velhinhas do mesmo tipo mental, elas se saturam daquela maneira de ser e compreendem seus erros.

As Riquezas da terra

- Neiva, – disse ele – observe aquelas pirâmides. No seu interior estão encerrados preciosos ensinamentos, suja revelação poderia modificar toda a trajetória humana. Elas ocultam tesouros da sabedoria cósmica, representados por documentos, máquinas e provas vivas desse conhecimento. Além deste, existem mais três pontos da Terra em que essa herança está guardada. Uma situa-se entre as ruínas do império incaico, o outro está no Brasil Central, e o quarto num ponto que ainda não pode ser revelado. Esses segredos virão à tona, mas creio que tarde demais para serem aproveitados pela humanidade atual.
- Mas, Tião, por que isso? Se, como você está dizendo, os homens poderiam modificar o destino da humanidade com os ensinamentos desses tesouros, com o que está encerrado nesses monumentos e ruínas, por que não são guiados a descobri-los?
- Muitos o foram, Neiva, muitos! Alguns acharam parte dessas verdades e a revelaram. Não foram, porém, acreditados. Outros tiveram que guardar os segredos para si. Esses não tiveram autorização para dar aos homens mais poderes, devido às condições espirituais em que se mantinham. Esses tesouros, Neiva, estão ocultos no interior desses monumentos, como o tesouro de Deus está oculto no coração dos homens. Eles não estão sendo descobertos, porque o fiel da balança pendeu para o outro lado, para a extroversão do ego, para a conquista do mundo sensorial. Em vez de mergulhar no fundo do seu próprio mundo interior, do seu Cristo interno, o Homem preferiu a conquista, aparentemente mais fácil, do mundo exterior de si mesmo. Foi isso que levou a humanidade a essa situação paradoxal. O Homem utiliza seus sentidos, sua capacidade física e seus poderes sobre a matéria para a conquista do cosmo, que é de outra natureza, mais sutil, mais vibrátil, e, com isso, se condena por antecipação. Sem dúvida alguma, muitos dos artefatos humanos atingem o alvo e transmitem informações. Mas elas são reduzidas pela própria limitação concepcional e passam a ser válidas apenas na Terra. Isso é que forma a ilusão cósmica humana. A própria palavra cosmos significa uma concepção ilusória do Universo. Veja no caso da Lua, Neiva. Prejulgando seus objetivos em termos de geologia, rochas, estratificações, irradiações e outras concepções da matéria, a Ciência está alheia a fatos, bem mais positivos, do equilíbrio sideral, das forças selênicas e das verdadeiras funções da Lua. Longe estão de “enxergar” os seres que habitam o pequeno mundo lunar. Entretanto, se usassem os instrumentos adequados da sua psique, e se harmonizassem com os planos de Deus, os homens poderiam não só conhecer a Lua, como outros planetas, estrelas e corpos celestes. Tais conhecimentos dimensionariam a alma humana até as proximidades do espírito, e trariam sabedoria. Se assim o fizessem, os homens poderiam não só conhecer, como colocar as coisas no seu devido lugar, no plano adequado. Saberiam, então, o que é útil para sua missão na Terra e o que não lhes competia interferir.

O Velho Lino

Uma a uma, as naves foram decolando silenciosas e, aos poucos, o terreno foi ficando vazio. Johnson pediu-lhe que aguardasse um pouco, pois tinha alguns assuntos a tratar ali. Neiva ficou pensando naquilo tudo, olhando a movimentação, agora bem menor. Mas, a tranqüilidade não durou muito. Outras naves, semelhantes às que haviam partido, foram chegando. Só que, desta vez, se procedia a um desembarque. Neiva viu que delas saíam espíritos nas piores condições, amparados por enfermeiros e médicos espirituais. Eram os “mortinhos”, como ela costumava dizer. Tomada de piedade, exclamou:
- Pobrezinhos!
- Pobrezinhos, por que? – perguntou Johnson Plata, se aproximando – Essa leva de espíritos que está chegando resulta de um desencarne coletivo que acaba de se fazer na Terra. São espíritos terríveis, Neiva, mas que pagaram boa parte de suas dívidas, contraídas na antiga Roma. Todos eles foram colaboradores em torturas e queima de pessoas daquele tempo. Agora, acabam de desencarnar no incêndio de um circo, no Brasil. Na verdade, só agora é que vão, realmente, se recuperar totalmente dos carmas contraídos, naquele tempo, em Roma. Ainda há muitos deles na Terra, mas, até 1984, todos estarão neste plano.

2000 - A conjunção de dois planos - parte 3

Migrações Interplanetárias

Demonstrando compreender o que se passava, ele me convidou para acompanhá-lo e, diante do meu consentimento, de pronto nos achamos em sua chalana.
Num tempo, que me pareceu ser de poucos minutos, achamo-nos nas margens do lago Titicaca, cujas águas tinham a cor cinzenta da madrugada fria.
Abrindo os braços, num gesto que parecia abarcar todo o Universo, Amanto me disse:
- Eis aqui, Neiva, o berço e o túmulo de uma grande civilização. Aqui foram jogadas duas grandes tribos: os Incas e os Índios. Os Índios aqui neste lado, nesta margem do lago, e os Incas do outro lado desta cordilheira.
- Mas, Amanto, – objetou Neiva – você disse que estas tribos foram jogadas? Não entendi bem isso!
- Sim, Neiva, elas foram virtualmente jogadas, num perfeito planejamento civilizatório desta parte do planeta.
- Se foram assim “jogadas”, Amanto, isso quer dizer que foram trazidas, não é verdade? Nesse caso, elas foram trazidas de onde?
- De Capela, Neiva, de onde vêm todos os habitantes da Terra.
- Todos? Amanto, quer dizer que nós, que povoamos a Terra, somos todos oriundos de Capela?
- Claro, minha filha. Já lhe foi dito que Capela é o princípio e o fim do Homem na Terra. Aqui só encarnam e reencarnam espíritos vindos de lá, também chamado Nicho de Deus. O meu planeta é o responsável pelo Homem na Terra. A Terra só responde pelos seus atos e os espíritos que aqui chegam vão e voltam tantas vezes quanto for preciso.”

- Esses espíritos, Neiva, foram preparados em Capela, durante muito tempo. Neles foi destilado, dia a dia, o anseio evolutivo, o desejo de realização, e despertada a vontade de colaboração na obra de Deus. Eles aprenderam a história da Terra, seu papel no conjunto planetário, e se prepararam para o estabelecimento de uma nova civilização neste planeta. A idade física da Terra se contava em termos de bilhões de anos, e muita coisa já havia acontecido antes. Isso, porém, não era de seu domínio mental, pois assim o exigia a didática divina. Só é dado ao Homem saber aquilo que é necessário a cada etapa de sua trajetória. O impulso criativo e realizador reside exatamente no terreno entre o conhecido e o desconhecido de cada ser. Assim estavam esses espíritos quando vieram para a Terra. Isso aconteceu 32 mil anos atrás, 30 mil anos antes da vinda do Cristo Jesus.
Duas dessas tribos deixaram caracteres mais marcantes: os que, mais tarde, chamaram-se Incas, e os posteriormente conhecidos como Hititas. Outra tribo que, também, teve muita importância nos acontecimentos, foi a dos Índios, cujo núcleo foi iniciado aqui, nas margens deste lago. Cedo, eles adentraram para Leste, em direção ao Atlântico, e para o Norte, na rota do Amazonas.
- Mas, Amanto, ao que parece, essa tribo de que você está falando, não teve grande projeção. A gente nunca ouviu falar de civilização aqui, no Brasil, e quando os portugueses chegaram, aqui só havia mesmo índios em estado primitivo. Como se explica isso?
- Neiva, é preciso lembrar que estamos falando de um longo período de tempo da Terra, em termo de centenas de séculos! Sim, Neiva, aqui houve e floresceram grandes acontecimentos civilizatórios. Só que, desde muito cedo, esta região, principalmente o território que veio a constituir o Brasil, ficou sendo a reserva espiritual do futuro. Todas as precauções foram tomadas para que aqui se desenvolvessem certas características espirituais, que permitissem o recomeço de novos ciclos. Digamos que a América Ocidental, particularmente o Brasil, tenha sido considerado o celeiro do futuro. Aqui, Neiva, tem sido o berço de grandiosas missões, e as relações de seus habitantes com os Mestres têm sido muito intensas.
- Mas, Amanto, como é que isso passou desapercebido, não tendo sido registrado?
- Neiva, toda elaboração espiritual exige silêncio e recolhimento. Enquanto outros povos se lançavam à conquista do mundo físico, na busca do poderio material, domínio de seus vizinhos, lances heróicos e construções monumentais, as tribos desta região se aconchegavam na floresta amena, nas facilidades do clima suave e abundância da natureza. Por isso, digamos que tudo aqui permaneceu propositadamente oculto, ou melhor, quase tudo... Mas foi isso, Neiva, que permitiu o florescimento atual. Repare como tudo, na civilização brasileira, tem algo diferente. Veja como é marcante a capacidade do seu povo em absorver os que vêm de fora, sem hostilidade, e como o estrangeiro se adapta depressa. Repare na religiosidade natural, sem a rigidez dogmática. Repare na ausência de conflitos bélicos mais contundentes e repare, também, na vivacidade natural do seu povo. Repare em tudo isso, Neiva, e você irá compreender o que aqui se passa e se passou. Mesmo atualmente, minha filha, muita coisa está acontecendo que ninguém, ou quase ninguém, sabe. Na intimidade do território do Brasil, tribos inteiras mantêm contatos com os Mestres Capelinos, e grandes missionários trabalham em consonância com os planos de Capela.

A ilha de Omeyocan

Na realidade, eles não abandonaram o continente, pois mantinham pontos de irradiação, onde concentravam suas realizações. Nesses pontos foram construídos fabulosos monumentos, planejados cuidadosamente para as finalidades a que se destinavam. Com seu poder de levitação mecânica, usando processos físicos de forças magnéticas, eles podiam movimentar, com relativa facilidade, grandes blocos de pedra, qualquer que fosse sua natureza. Tais pedras eram lavradas por processos químicos e trabalhadas com ciência e arte. Sua arquitetura era orientada em função de um relacionamento, visando a recepção de forças do planeta-mãe e de outros corpos do Sistema Solar. Tais finalidades estão sendo estudadas, hoje, em função de seu aspecto religioso, e isso se constitui em mais um triste engano antropomorfo.

- Sim, Neiva, a presença da mão de Deus. E o que é a mão Dele senão a presença constante dos Mestres, os grandes Orixás que orientam a fenomenologia mediúnica, tão característica de nossa Corrente? E assim, Neiva, acontece em todos os setores de atividades do mundo. Existe, sempre, a presença deliberada. Apenas, o orgulho humano, o egocentrismo exacerbado, é que não deixa perceber isso. Felizmente, os Planos Divinos não ficam na dependência da percepção da sua forma de agir. Pouco importa, para os Mestres, que os Homens percebam ou não sua ação na Terra. Na verdade, isso fica reduzido a uma questão de foro íntimo, de cada ser humano, individualmente. Cada um vê a mão de Deus à sua maneira. Essa despreocupação com o reconhecimento das atividades dos emissários do Alto é porque os Mestres sabem que, tão pronto o espírito desencarna e consegue chegar a certos planos, logo se conscientiza e fica sabendo.

- As pirâmides, Neiva, eram centros de manipulação de energias, verdadeiras usinas de força. Ali se concentravam os grandes cientistas para a conjugação de suas forças psíquicas, como hoje se reúnem os médiuns nos templos iniciáticos. Ali se concentravam os conhecimentos e a documentação dos planos planetários, os instrumentos básicos e os meios de comunicação. O grande Jaguar era um especialista na construção de pirâmides. Ao perceber que o fim de Omeyocan se aproximava, ele deslocou-se para o Egito e lá emprestou sua colaboração aos Orixás responsáveis por aquela área. Com sua química, eles decompunham as rochas e as moldavam de acordo com as necessidades. Possuíam prensas com as quais moldavam grandes blocos e tijolos. Por processos eletromagnéticos, eles vitrificavam as superfícies e movimentavam os blocos gigantescos, com a mesma facilidade como os pedreiros atuais movimentam tijolos.

Os aprendizes de feiticeiro

- Mas você não pode dizer que eles não trabalhavam! Se assim fosse, como é que poderiam ter construído aqueles majestosos monumentos, que até hoje estão de pé?
- Tais monumentos não foram feitos com o trabalho braçal. Isso é um engano que os cientistas cometem, ao interpretá-los em termos da atual capacidade humana e devido ao desconhecimento das técnicas empregadas naquele tempo. As teorias atuais se ressentem de lógica. A confusão ainda é maior devido à interpretação religiosa que se dá, atualmente, aos fatos, ou melhor, somente religiosa. É preciso unir as duas coisas, os atos psicofísicos e as finalidades do espírito, para se ter uma idéia mais precisa. Já lhe disse que não só os monumentos como, também, as cidades, foram feitos mediante processos fisioquímicos e forças magnéticas. Os construtores eram os nobres, os sacerdotes e os especialistas nas várias artes e ciências, principalmente os astrônomos. O povo mesmo, as massas daqueles tempos, era apenas espectador. Aliás, isso pode ser facilmente verificado nos episódios registrados em épocas mais recentes, como, por exemplo, no Século XVI da era atual. Toda a classificação sociológica dos povos antigos demonstra, sempre, essa defasagem entre os círculos dominadores e as massas.
- Mas, Amanto, isso faz surgir uma indagação: por que, realmente, eles se mudavam e abandonavam suas cidades? Pelo que ouvi um professor de História dizer, isso constitui um dos maiores mistérios dessas civilizações.
- Devido à degenerescência da natureza em torno deles, dado o abuso das forças nobres como o magnetismo, a fissão atômica e a fisioquímica em geral. Essas forças provocavam alterações na coesão molecular das coisas vivas e, com isso, seu enfraquecimento. As plantas e os animais morriam com facilidade, enquanto os seres humanos se tornavam apáticos e preguiçosos. Isso explica, em parte, a derrota desses povos diante dos espanhóis, numericamente inferiores, e as humilhações sofridas diante dos invasores. A história dos Astecas demonstra isso claramente.
- Amanto, – pergunto ela – e as pirâmides? Explique melhor sobre elas.
- Sim, explico. O grande Jaguar, o Tumuchy, era um cientista, conhecedor profundo da fisioquímica, e, com sua chalana, ele viajou para o Egito e outros pontos do planeta. Ele trabalhava com maestria o cobre e seus compostos e, com isso, ensinou a fundir grandes tubos e utensílios de metal, que eram usados em vários pontos da Terra. Isso permitiu o florescimento de núcleos tecnologicamente avançados, sendo um deles localizado na região coberta, atualmente, de gelo, que correspondem ao Pólo Norte e à Sibéria. O degelo dessa região, agora começando, vai revelar tudo isso. Mas, foi no Egito que teve início a conscientização da realidade humana. Observe a história dos egípcios, e verá as transformações básicas que ali tiveram lugar.
- E essas máquinas, esses tubos, ainda existem?
- Sim, são coisas recentes, de cinco ou seis mil anos passados. Sob a areia dos desertos e no fundo lamacento do Nilo, encontram-se objetos que irão espantar os cientistas de hoje, quando forem encontrados.
- Não, se você se refere ao dilúvio como diz a lenda. Na verdade, as catástrofes sísmicas e os degelos já fizeram imensas inundações e afundamentos de terras. Muitas regiões da Terra foram submergidas e outras emergiram. Mas, esses foram fenômenos localizados, e não gerais. A idéia do geral se deve ao fato do conceito de mundo como sendo apenas a região onde o fato foi registrado.
- E agora, o mundo vai ser inundado?
- Apenas parcialmente, como já ocorreu no passado. Desta vez serão submergidos vinte e um países, que desaparecerão totalmente.
- Amanto, o que podemos fazer ou, então, deixar de fazer para evitar tantas perdas?
- O que o Homem pode fazer é se compenetrar de si mesmo, da sua situação de espírito em caminho, e acomodar sua mente às coisas do transcendente. As catástrofes e os acontecimentos planetários pouca diferença fazem ao indivíduo. Para aqueles que já vão desencarnando nos desastres e nas doenças incuráveis, o fim já chegou, embora muitos continuem, talvez, até os reajustes finais.

A serpente morde o rabo

O espírito tem a criação intrínseca no ser âmago, pois traz a marca de Deus, está mais próximo da Eternidade. A alma traz a marca do criado, do transitório, da elaboração transformista e suas marcas tendem a se apagar. É por isso, Neiva, que não temos quase provas palpáveis dessas civilizações. Se houvesse predominado a tônica espiritual, o tempo dos homens não seria contado em termos de anos, mas, sim, em milênios. Você pode comparar bem isso na sua época. Veja o Cristianismo como é atual, dois mil anos depois de Jesus, e observe o pensamento humano nas suas várias nuanças. Enquanto o primeiro se manifesta sensível, independente das elaborações psicológicas, as criações humanas são imperfeitas e dependentes de uma porção de fatores para poder exercer sua influência. É por isso que a história humana só é registrada oficialmente de uns cinco ou seis mil anos para a frente. Esse registro depende de fatores físicos e psicológicos. Os monumentos das civilizações mais antigas já viraram pó! As coisas que foram preservadas são poucas e, talvez, o tenham sido apenas para a revelação final, para que os atuais espíritos tenham idéia da sua antigüidade.

- Quero dizer, Neiva, que esses espíritos somos nós, são vocês e são os que já habitam outras paragens. Sim, Neiva, essa é a razão do presente relato, dessas revelações. Tudo o que falei até agora se refere a nós mesmos e a vocês. Queremos que você encerre este livro e comece outro, que irá se chamar “De Esparta a Brasília”. Nele registraremos a trajetória de alguns espíritos escolhidos, desde esses tempos até os tempos atuais. Talvez, em alguns casos, nos reportemos, até mesmo, a situações desses espíritos anteriores a Esparta.



Mensagem final

- Mas, Amanto, – atalhou Neiva – se o Cristianismo veio resolver o problema, como se explica a situação atual, com toda essa barbaridade, guerras e injustiças sociais?
- Apenas por não ter se completado, ainda, o processo. Daqui para diante é que veremos o triunfo do espírito, a realização final do ciclo redentor. Afinal, Neiva, o que são dois mil anos diante dos milênios anteriores? Não se esqueça, filha, de que não se tratava, apenas, de equilibrar a população encarnada do mundo que, por sinal, era muito pequena quando o processo teve início. Tratava-se, realmente, de proporcionar a libertação de milhões de espíritos dos planos próximos à superfície, e isso vem se efetuando sem interrupção. Cada vez mais o sistema se aperfeiçoa em todos os planos. As Casas Transitórias funcionam com eficiência, e as falanges das sombras vão sendo reformadas pela luz do Amor, da Tolerância e da Humildade. A densidade do etérico terrestre vai diminuindo, enxertada pela luz física do mundo mediúnico, de um lado, e pela presença das falanges de Capela, do outro. Espíritos tenebrosos, acrisolado, há milênios, nas sombras. Vão sendo desalojados e lançados na Terra física. É por isso, Neiva, que o mundo se apresenta tão cheio de contradições, de indivíduos enlouquecidos e de obsessores tão terríveis. Assim o exige o reajuste final, os últimos estágios de um drama que começou há milênios. Mas você pode perceber que, em meio a provas tão terríveis e tragédias imensuráveis, o processo redentor funciona sem parar. Enquanto o mundo se degladia e se destrói, espíritos evoluídos e altamente cristianizados trabalham sem cessar, consolando, redimindo e abrindo novas perspectivas aos espíritos sofridos. Essa é a beleza e a grandiosidade dos tempos atuais. Dos sete pontos de irradiação partem as luzes que iluminam as consciências e preparam os espíritos para a caminhada de retorno. Em meio ao sofrimento, a sensibilidade aumenta, dia a dia, enquanto a proximidade do fim aguça a ansiedade do encontro com a realidade. Aos poucos, as máscaras vão caindo e, com elas, caem as falsas concepções. Mas, tudo tem uma relação direta, cada vida se alimenta das raízes do seu passado e floresce de acordo. Vamos, Neiva, vamos escrever “De Esparta a Brasília” e traçar os perfis dos velhos Equitumans nas suas vidas atuais, principalmente daqueles que habitam um dos sete pontos de irradiação, que se chama Brasília!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

OS EXILADOS DA CAPELA (parte 1)

Os Exilados da Capela - Edgard Armond


"Existem mensagens espíritas sobre a existência de um planeta bastante evoluído chamado Capela e do qual, há alguns milênios atrás, vieram para o planeta Terra, espíritos expurgados em punição, por questões de não adaptabilidade moral. Isso explicaria grandes avanços científicos e intelectuais em determinados períodos da nossa humanidade, como os atlantes, greco-romanos, egípcios, povos orientais, incas, maias e etc., assim como justificaria os grandes ditadores que se ‘destacaram’ diante de uma raça mais primitiva que habitava nosso planeta até então . O livro faz um surpreendente resgate do homem pré-histórico, bem como dessas civilizações antigas, aprofundando questões e confirmando tal teoria." (Theo)

CAPELA

--- “Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam em seus estudos,
observa-se, desenhada, uma grande estrela na Constelação do Cocheiro que recebeu, na
Terra, o nome de Cabra ou Capela”.

---“Magnífico Sol entre os astros que nos são mais vizinhos, ela, na sua trajetória pelo
Infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua família de mundos, cantando as glórias
divinas do Ilimitado." (A Caminho da Luz, Emmanuel, cap. III)

---Conhecida desde a mais remota antigüidade, Capela é uma estrela gasosa, segundo
afirma o célebre astrônomo e físico inglês Arthur Stanley Eddington (1882-1944), e de
matéria tão fluídica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos.
Sua cor é amarela, o que demonstra ser um Sol em plena juventude, e, como um
Sol, deve ser habitada por uma humanidade bastante evoluída.

A NARRAÇÃO DE EMMANUEL

Eis como Emmanuel, o espírito de superior hierarquia, tão estreitamente vinculado,
agora, ao movimento espiritual da Pátria do Evangelho, inicia a narrativa desse
impressionante acontecimento:
"Há muitos milênios, um dos orbes do Cocheiro, que guarda muitas afinidades com
o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos...

E, após outras considerações, acrescenta:
- "As Grandes Comunidades Espirituais, diretoras do Cosmo, deliberaram, então,
localizar aquelas entidades pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua."
Dá-nos, pois, assim, Emmanuel, com estas revelações de tão singular natureza, as
premissas preciosas de conhecimentos espirituais transcendentes, relativos à vida planetária
- conhecimentos estes já de alguma forma focalizados pelo Codificador (8) - que abrem
perspectivas novas e muito dilatadas à compreensão de acontecimentos históricos que, de
outra forma - como, aliás, com muitos outros tem sucedido - permaneceriam na
obscuridade ou, na melhor das hipóteses, não passariam de lendas.

Os escolhidos, neste caso, foram os habitantes da Capela que, como já foi dito,
deviam dali ser expurgados por terem se tornado incompatíveis com os altos padrões de
vida moral já atingidos pela evoluída humanidade daquele orbe.

Resolvida, pois, a transferência, os milhares de espíritos atingidos pela irrecorrível
decisão foram notificados do seu novo destino e da necessidade de sua reencarnação em
planeta inferior.

Reunidos no plano etéreo daquele orbe, foram postos na presença do Divino Mestre
para receberem o estímulo da Esperança e a palavra da Promessa, que lhes serviriam de
consolação e de amparo nas trevas dos sofrimentos físicos e morais, que lhes estavam
reservados por séculos.
Grandioso e comovedor foi, então, o espetáculo daquelas turbas de condenados, que
colhiam os frutos dolorosos de seus desvarios, segundo a lei imutável da eterna justiça.
Eis como Emmanuel, no seu estilo severo e eloqüente, descreve a cena:
- "Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba
de seres sofredores e infelizes.
Com a sua palavra sábia compassiva exortou aquelas almas desventuradas à
edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no
esforço regenerador de si mesmas.
Mostrou-lhes os campos de lutas que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no
halo bendito de sua misericórdia e de sua caridade sem limites.
Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos
do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.
Aqueles seres desolados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de
afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados
na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da
saudade e da amargura, reencarnar-se-iam no seio das raças ignorantes e primitivas, a
lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes.
Por muitos séculos não veriam a suave luz da Capela, mas trabalhariam na Terra
acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia."


ESPÍRITO DE VERDADE

--- Não vos deixarei órfãos: voltarei para vós. - Ainda tenho muitas coisas para vos
dizer, mas não as podeis suportar, agora. Porém, quando vier aquele Espírito de Verdade,
ele vos ensinará todas as coisas e vos guiará em toda a verdade." (Jo, 14:18; 16:12-13)

AS ORIGENS DO HOMEM

---Assim, sabemos agora que esta humanidade atual foi constituída, em seus
primórdios, por duas categorias de homens, a saber: uma retardada, que veio evoluindo
lentamente, através das formas rudimentares da vida terrena, pela seleção natural das
espécies, ascendendo trabalhosamente da Inconsciência para o Instinto e deste para a
Razão; homens, vamos dizer autóctones, componentes das raças primitivas das quais os
"primatas" foram o tipo anterior mais bem definido; e outra categoria, composta de seres
mais evoluídos e dominantes, que constituíram as levas exiladas da Capela (2), o belo orbe
da constelação do Cocheiro a que já nos referimos, além dos inumeráveis sistemas
planetários que formam a portentosa, inconcebível e infinita criação universal.
Esses milhões de advenas para aqui transferidos, em época impossível de ser agora
determinada, eram detentores de conhecimentos mais amplos e de entendimentos mais
dilatados, em relação aos habitantes da Terra, e foram o elemento novo que arrastou a
humanidade animalizada daqueles tempos para novos campos de atividade construtiva, para
a prática da vida social e, sobretudo, deu-lhe as primeiras noções de espiritualidade e do
conhecimento de uma divindade criadora.
Mestres, condutores, líderes, que então se tornaram das tribos humanas primitivas,
foram eles, os Exilados, que definiram os novos rumos que a civilização tomou, conquanto
sem completo êxito.
(2) Há, também, notícias de que, em outras épocas, desceram à Terra instrutores
vindos de Vênus.



OS TRÊS CICLOS

Para melhor metodização do estudo que vamos fazer, deste tão singular e
interessante assunto, julgamos aconselhável dividir a história da vida humana, na Terra, em
três períodos ou ciclos que, muito embora diferentes das classificações oficiais, nem por
isso, todavia, representam discordância em relação a elas; adotamos uma divisão arbitrária,
unicamente por conveniência didática, segundo um ponto de vista todo pessoal.
É a seguinte:
1º Ciclo:
Começa no ponto em que os Prepostos do Cristo, já havendo determinado os tipos
dos seres dos três reinos inferiores e terminado as experimentações fundamentais para a
criação do até hoje misterioso tipo de transição entre os reinos animal e humano,
apresentaram, como espécime-padrão, adequado às condições de vida no planeta, esta
forma corporal crucífera, símbolo da evolução pelo sofrimento que, aliás, com ligeiras
modificações, se reflete no sistema sideral de que fazemos parte e até onde se estende a
autoridade espiritual de Jesus Cristo, o sublime arquiteto e divino diretor planetário.
O ciclo prossegue com a evolução, no astral do planeta, dos espíritos que formaram
a Primeira Raça-Mãe; depois com a encarnação dos homens primitivos na Segunda Raça-
Mãe, suas sucessivas gerações e selecionamentos periódicos para aperfeiçoamentos
etnográficos: na terceira e na quarta, com a migração de espíritos vindos da Capela;
corrupção moral subseqüente e expurgo da Terra com os cataclismos que a tradição
espiritual registra.

2º Ciclo:
Inicia-se com as massas sobreviventes desses cataclismos; atravessa toda a fase
consumida com a formação de novas e mais adiantadas sociedades humanas e termina com
a vinda do Messias Redentor.

3º Ciclo:
Começa no Gólgota, com o último ato do sacrifício do Divino Mestre, e vem até
nossos dias, devendo encerrar-se com o advento do Terceiro Milênio, em pleno Aquário,
quando a humanidade sofrerá novo expurgo-que é o predito por Jesus, nos seus
ensinamentos, anunciado desde antes pelos profetas hebreus, simbolizado por João, no
Apocalipse, e confirmado pelos emissários da Terceira Revelação - época em que se
iniciará, na Terra, um período de vida moral mais perfeito, para tornar realidade os
ensinamentos contidos nos evangelhos cristãos.

A FORÇA DO VERBO E A GÊNESE

---Hoje, não mais se ignora que os seres vivos, suas formas, estrutura, funcionamento
orgânico e vida psíquica, longe de serem efeitos sobrenaturais ou fruto de acasos, resultam
de estudos, observações e experimentações de longa duração, realizados por entidades
espirituais de elevada hierarquia, colaboradoras diretas do Senhor, na formação e no
funcionamento regular, sábio e metódico, da criação divina.
O princípio de todas as coisas e seres é o pensamento divino que, no ato da emissão
e por virtude própria, se transforma em leis vivas, imutáveis, permanentes.

---Assim, pois, formam-se os mundos, seres e coisas, tudo pela força do Verbo, que
traduz o pensamento criador, segundo as leis que esse mesmo pensamento encerra.
Noutras palavras:
O Absoluto, pelo pensamento, cria a vida e as leis, e entidades espirituais do plano
divino, pela força do Verbo, plasmam a criação na matéria, dão forma e estrutura a todas as
coisas e seres e presidem sua evolução na Eternidade.

---Na Gênese cósmica no que se refere à Terra, a ação do Verbo traduziu o
pensamento criador, a seu tempo, na constituição de uma forma globular fluídica emanada
do Sol central que veio situar-se, no devido ponto do sistema planetário, como novo recurso
de manifestações de vida para seres em evolução.
Ao seu redor, circundando a Terra formou-se uma camada fluídica, de teor mais
elevado, destinada a servir-lhe de limitação e proteção, como também de matriz astral para
a elaboração das formas vivas destinadas a evoluir nesse mundo em formação.


---Esses germes, assim veiculados, espalharam-se pela superfície do globo em
formação, aguardando oportunidade de desenvolvimento; e quando, após inúmeras
repetições desse processo de intercâmbio, a periferia do globo ofereceu, finalmente,
condições favoráveis de consistência, umidade e temperatura, nela surgiu a matéria
orgânica primordial - o protoplasma - que permitiu a eclosão da vida, com a proliferação
dos germes já existentes, bem como espíritos humanos em condições primárias involutivas
- mônadas - aptas ao início da trabalhosa escalada evolutiva na matéria, e outros germes
que, segundo a cronologia dos reinos, deveriam, no futuro, também manifestar-se.

O PRINCÍPIO INTELIGENTE

---O princípio inteligente, para alcançar as cumiadas da racionalidade, teve de
experimentar estágios outros de existência nos planos de vida. Os protozoários são
embriões de homens, como o selvagem das regiões ainda incultas são os embriões dos seres
angélicos. O homem, para atingir o complexo de suas perfeições biológicas na Terra, teve o
concurso de Espíritos exilados de um mundo melhor para o orbe terráqueo, Espíritos esses
que se convencionou chamar de componentes da raça adâmica, que foram em tempos
remotíssimos desterrados para as sombras e para as regiões selvagens da Terra, porquanto a
evolução espiritual do mundo em que viviam não mais a tolerava, em virtude de suas
reincidências no mal. O vosso mundo era então povoado pelos tipos do "Primata hominus ",
dentro das eras da caverna e do sílex, e essas legiões de homens singulares, pelo seu
assombroso e incrível aspecto, se aproximavam bastante do "Pithecanthropus erectus ",
estudado pelas vossas ciências modernas como um dos respeitáveis ancestrais da
humanidade. Foram, portanto, as entidades espirituais a que me referi que, por misericórdia
divina e em razão das novas necessidades evolutivas do planeta, imprimiram um novo fator
de organização às raças primigênias, dotando-as de novas combinações biológicas,
objetivando o aperfeiçoamento do organismo humano.

OS ANIMAIS

---Os animais são os irmãos inferiores dos homens. Eles também, como nós, vêm de
longe, através de lutas incessantes e redentoras e são, como nós, candidatos a uma posição
brilhante na espiritualidade. Não é em vão que sofrem nas fainas benditas da dedicação e da
renúncia, em favor do progresso dos homens.

Seus labores, penosamente efetivados, terão um prêmio que é o da evolução na
espiritualidade gloriosa. Eles, na sua condição de almas fragmentárias no terreno da
compreensão, têm todo um exército de protetores dos planos do Alto, objetivando a sua
melhoria e o amplo desenvolvimento de seu progresso, em demanda do reino hominal.


AS ENCARNAÇÕES NA SEGUNDA RAÇA

Quando cessou o trabalho de integração de espíritos animalizados nesses corpos
fluídicos e terminaram sua evolução, aliás muito rápida, nessa raça-padrão, o planeta se
encontrava nos fins de seu terceiro período geológico e já oferecia condições de vida
favoráveis para seres humanos encarnados; já de há muito seus elementos materiais
estavam estabilizados e o cenário foi julgado apto a receber o "rei da criação".
Iniciou-se, então, essa encarnação nos homens primitivos formadores da Segunda
Raça-Mãe, que a tradição esotérica também registrou com as seguintes características:
- "espíritos habitando formas mais consistentes, já possuidores de mais lucidez e
personalidade", porém ainda não fisicamente humanos.
Iniciou-se com estes espíritos um estágio de adaptação na crosta planetária tendo
como teatro o grande continente da Lemúria. Esta segunda raça deve ser considerada como
pré-adâmica.


---Eis como eles foram vistos pelo espírito de João, o Evangelista, em comunicação
dada na Espanha, nos fins do século passado.(4)

Eram os homens primitivos, esses que meu espírito absorto, contemplava.
Era o primeiro dia da humanidade; porém, que humanidade, meu Deus!...
Era também o primeiro dia do sentimento, da vontade e da luz; mas de um
sentimento que apenas se diferenciava da sensação, de uma vontade que apenas desvanecia
as sombras do instinto.
Primeiro que tudo o homem procurou o que comer; após, procurou uma
companheira, juntou-se com ela e tiveram filhos.
Meu espírito não via o homem do Paraíso; via muito menos que o homem, coisa
pouco mais que um animal superior.
Seus olhos não refletiam a luz da inteligência; sua fronte desaparecia sob o cabelo
áspero e rijo da cabeça; sua boca, desmesuradamente aberta, prolongava-se para diante;
suas mãos pareciam com os pés e freqüentemente tinham o emprego destes; uma pele
pilosa e rija cobria as suas carnes duras e secas, que não dissimulavam a fealdade do
esqueleto.
Oh! Se tivésseis visto, como eu, o homem do primeiro dia, com seus braços magros
e esquálidos caídos ao longo do corpo e com suas grandes mãos pendidas até os joelhos,
vosso espírito teria fechado os olhos para não ver e procuraria o sono para esquecer.
Seu comer era como devorar; bebia abaixando a cabeça e submergindo os grossos
lábios nas águas; seu andar era pesado e vacilante como se a vontade não interviesse; seus
olhos vagavam sem expressão pelos objetos, como se a visão não se refletisse em sua alma;
e seu amor e seu ódio, que nasciam de suas necessidades satisfeitas ou contrariadas, eram
passageiros como as impressões que se estampavam em seu espírito e grosseiros como as
necessidades em que tinham sua origem.
O homem primitivo falava, porém não como o homem: alguns sons guturais,
acompanhados de gestos, os precisos para responder às suas necessidades mais urgentes.
Fugia da sociedade e buscava a solidão; ocultava-se da luz e procurava
indolentemente nas trevas a satisfação de suas exigências naturais.
Era escravo do mais grosseiro egoísmo; não procurava alimento senão para si;
chamava a companheira em épocas determinadas, quando eram mais imperiosos os desejos
da carne e, satisfeito o apetite, retraía-se de novo à solidão sem mais cuidar da prole.
O homem primitivo nunca ria; nunca seus olhos derramavam lágrimas; o seu prazer
era um grito e a sua dor era um gemido.
O pensar fatigava-o; fugia do pensamento como da luz. "
E mais adiante acrescenta:
- "E nesses homens brutos do primeiro dia o predomínio orgânico gerou a força
muscular; e a vontade subjugada pela carne gerou o abuso da força; dos estímulos da carne
nasceu o amor; do abuso da força nasceu o ódio, e a luz, agindo sobre o amor e sobre o
tempo, gerou as sociedades primitivas.
A família existe pela carne; a sociedade existe pela força.
Moravam as famílias à vista de todos, protegiam-se, criavam rebanhos, levantavam
tendas sobre troncos e depois caminhavam sobre a terra.


A TERCEIRA RAÇA-MÃE

Entretanto, tempos mais tarde, as alternativas da evolução física do globo
determinaram acentuado aquecimento geral, que provocou súbito degelo e terríveis
inundações, fenômeno esse que, na tradição pré-histórica, ficou conhecido como - o dilúvio
universal, - atribuído a um desvio do eixo do globo que se obliquou e provocado pela
aproximação de um astro, que determinou também alterações na sua órbita, que se tornou,
então, mais fechada.

A SENTENÇA DIVINA

Ia em meio o ciclo evolutivo da Terceira Raça (7), cujo núcleo mais importante e
numeroso se situava na Lemúria, quando, nas esferas espirituais, foi considerada a situação
da Terra e resolvida a imigração para ela de populações de outros orbes mais adiantados,
para que o homem planetário pudesse receber um poderoso estímulo e uma ajuda direta na
sua árdua luta pela conquista da própria espiritualidade.

A escolha, como já dissemos, recaiu nos habitantes da Capela.


AS ENCARNAÇÕES PUNITIVAS

Suas tradições já andavam, de geração em geração, construindo as obras do porvir."
E acrescenta:
- "Inegavelmente o mais prístino foco de todos os surtos evolutivos do globo é a
China milenária."(10)
10 Para a ciência oficial a civilização chinesa não vai além de 300 anos antes de nossa era,
mas suas tradições fazem-na remontar a mais de 100 mil anos. A civilização chinesa, entretanto,
veio da Atlântida primitiva - vide o Cap. XV - o que demonstra ser muito anterior até mesmo a esta
última data.

Os capelinos, pois, que já estavam reunidos, como vimos, no etéreo terrestre,
aguardando o momento propício, começaram, então, a encarnar nos grupos selecionados a
que já nos referimos, predominantemente nos do planalto do Pamir, que apresentavam as
mais aperfeiçoadas condições biológicas e etnográficas.

Bem-aventurados os que choram por causa das trevas e da condenação e cujos
corações não edificam moradas nem levantam tendas. Porque serão peregrinos no cárcere e renascerão para morar perpetuamente, de geração em geração, nos cimos onde não há trevas; porque recuperarão os dons da misericórdia na consumação. "
Formidável impulso, em conseqüência, foi então imprimido à incipiente civilização
terrestre em todos os setores de suas atividades primitivas.
De trogloditas habitantes de cavernas e de tribos selvagens aglomeradas em
palafitas, passaram, então, os homens, sob o impulso da nova direção, a construir cidades
nos lugares altos, mais defensáveis e mais secos, em torno das quais as multidões
aumentavam dia a dia.
Tribos nômades se reuniam aqui e ali, formando povos e nações, com territórios já
agora mais ou menos delimitados e, com o correr do tempo, definiram-se as massas
etnográficas com as diferenciações asseguradas pelas sucessivas e bem fundamentadas
reproduções da espécie.

OS EXILADOS DA CAPELA (parte 2)

Os Exilados da Capela - Edgard Armond


TRADIÇÕES ESPIRITUAIS DA DESCIDA

ADÃO E EVA

Compreendemos, afinal, que Adão e Eva constituem uma lembrança dos espíritos
degredados na paisagem obscura da Terra, como Caim e Abel são dois símbolos para a
personalidade das criaturas,"
Sim; realmente, Adão representa a queda dos espíritos capelinos neste mundo de
expiação que é a Terra, onde o esforço verte lágrimas e sangue, como também no sagrado
texto está predito:
- "Maldita é a Terra por causa de ti - disse o Senhor; com dor comerás dela todos os
dias de tua vida...
No suor do teu rosto, comerás o seu pão até que te tornes à Terra."
Refere-se o texto aos capelinos, às sucessivas reencarnações que sofriam para
resgate de suas culpas.




SETH - O CAPELINO

Vimos, no capítulo dez, qual a significação simbólica dos primeiros filhos de Adão
- Caim e Abel, e diremos agora que, do ponto de vista propriamente histórico ou
cronológico, a descida dos exilados é representada na Gênese pelo nascimento de Seth - o
terceiro filho - que Adão, como diz o texto: "gerou à sua semelhança, conforme sua
imagem".
Isto é: aquele que com ele mesmo, Adão, se confunde, é-lhe análogo.
Se Adão, no símbolo, representa o acontecimento da descida, a queda das legiões de
emigrados, e os dois primeiros filhos, o caráter dessas legiões, Seth, no tempo, representa a
época do acontecimento, época essa que no próprio texto está bem definida com o seguinte
esclarecimento:
- "Os homens, então, começaram a evocar o nome do Senhor."
Isso quer dizer que a geração de Seth é a de espíritos não já habitantes da Terra - os
das raças primitivas, bárbaros, selvagens, ignorantes, virgens ainda de sentimentos e
conhecimentos religiosos - mas outros, diferentes, mais evoluídos, que já conheciam seus
deveres espirituais suas ligações com o céu; espíritos já conscientes de sua filiação divina,
que já sabiam estabelecer comunhão espiritual com o Senhor.


DA DESCIDA À CORRUPÇÃO
Isto quer dizer que os degredados - aqui mencionados como Filhos de Deus -
encarnando no seio de habitantes selvagens do planeta, não levaram em conta as melhores
possibilidades que possuíam, como conhecedores de uma vida mais perfeita e, ao
desposarem as mulheres primitivas, adotaram seus costumes desregrados e deixaram-se
dominar pelos impulsos inferiores que lhes eram naturais.
Chegaram numa época em que as raças primitivas viviam mergulhadas nos instintos
animalizados da carne e, sem se guardarem, afundaram na impureza, não resistindo ao
império das leis naturais que se cumpriam irrevogavelmente como sempre sucede.
Já vimos que a encarnação dos capelinos se deu, em sua primeira fase e mais
profundamente entre os Rutas, habitantes da Lemúria e demais regiões do Oriente, povos
estes que apresentavam elevada estatura, cor escura, porte simiesco e mentalidade
rudimentar.

Assim, pois, a experiência punitiva dos capelinos, do ponto de vista moral,
malograra, porque eles, ao invés de sanear o ambiente planetário elevando-o a níveis mais
altos, de acordo com o maior entendimento espiritual que possuíam, ao contrário
concorreram para generalizar as paixões inferiores, saturando o mundo de maldade e com a
agravante de arrastarem na corrupção os infelizes habitantes primitivos, ingênuos e
ignorantes, cuja tutela e aperfeiçoamento lhes coubera como tarefa redentora.

E, então, havendo se esgotado a tolerância divina, segundo as leis universais da
justiça, sobrevieram as medidas reparadoras, para que a Terra fosse purificada e os espíritos
culposos recolhessem, em suas próprias consciências, os dolorosos frutos de seus desvarios.


OS EXPURGOS REPARADORES
Em conseqüência, o vasto continente da Lemúria, núcleo central da Terceira Raça,
afundou-se nas águas, levando para o fundo dos abismos milhões de seres rudes,
vingativos, egoístas e animalizados.
Este continente, chamado na literatura hindu, antiga Shalmali Dvipa, compreendia o
sul da África, Madagascar, Ceilão, Sumatra, Oceano Índico, Austrália, Nova Zelândia e
Polinésia, foi a primeira terra habitada pelo homem.
Sua atmosfera era ainda muito densa, e a crosta pouco sólida em alguns pontos.
Segundo algumas tradições, o homem lemuriano ainda não possuía o sentido da visão como
o possuímos hoje: havia nas órbitas somente duas manchas sensíveis, que eram afetadas
pela luz, porém sua percepção interna, como é natural, era bastante desenvolvida.

Os lemurianos da Terceira Raça-Mãe eram homens que apenas iniciavam a vida em
corpo físico neste planeta; não possuíam conhecimento algum sobre a vida material, pois
utilizaram corpos etéreos nos planos espirituais donde provinham, com os quais estavam
familiarizados. Desta forma, suas preocupações eram todas dirigidas para esta nova
condição de vida, desconhecida e altamente objetiva.

A Lemúria desapareceu 700 mil anos antes do alvorecer da Idade Terciária.
Sua existência, como muitas outras coisas reais, tem sido contestada e não é
admitida pela ciência oficial, porém, ao mesmo tempo, essa ciência considera um mistério a
existência de aborígines na Austrália, a imensa ilha ao sul do Oceano Índico, tão afastada
de qualquer continente. Esses aborígines são até hoje inassimiláveis ante a civilização,
extremamente primitivos e de cor escura como os próprios seres que habitavam a antiga
Lemúria.

NA ATLÂNTIDA, A QUARTA RAÇA

Os atlantes eram homens fortes, alentados, de pele vermelha-escura ou amarela,
imberbes, dinâmicos, altivos, e excessivamente orgulhosos.

Por outro lado, desenvolveram faculdades psíquicas notáveis para a sua época, que
passaram a aplicar aos serviços dessas ambições inglórias; e, de tal forma se desenvolveram
suas dissensões, que foi necessário que ali descessem vários Missionários do Alto para
intervir no sentido de harmonizar e dar diretrizes mais justas e construtivas às suas
atividades sociais.

AS ENCARNAÇÕES DO CRISTO

Segundo consta de algumas revelações mediúnicas, ali encarnou duas vezes, sob os
nomes de Anfion e de Antúlio, o Cristo planetário, como já o tinha feito, anteriormente, na
Lemúria, sob os nomes de Numú e Juno, e como o faria, mais tarde na Índia, como Krisna e
Budha e na Palestina como Jesus.

OS ARQUIVOS DA HISTÓRIA

Os arquivos da história humana não oferecem aos investigadores dos nossos dias
documentação esclarecedora e positiva desse acontecimento, como, aliás, também sucede e
ainda mais acentuadamente, em relação à Lemúria; por isso é que esses fatos, tão
importantes e interessantes para o conhecimento da vida planetária, estão capitulados no
setor das lendas.
Como não temos espaço nesta obra para expor a questão detalhadamente, nem esse
é o nosso escopo, porque não desejamos sair do terreno espiritual, limitamo-nos unicamente
a transcrever um documento referente à Atlântida, que reforça nossa desvaliosa exposição:
é um manuscrito denominado "O Troiano", descoberto em escavações arqueológicas do
país dos Toltecas, ao sul do México e que se conserva, segundo sabemos, no "British
Museum" de Londres.

--- Os homens do Cro-Magnon eram do tipo atlante, muito diferentes de todos os
demais, e só existiram na Europa ocidental na face fronteira ao continente desaparecido,
mostrando que dali é que vieram.
O idioma dos bascos não tem afinidade com nenhum outro da Europa ou do Oriente
e muito se aproxima dos idiomas dos americanos aborígines.
Os crânios dos Cro-Magnons são semelhantes aos crânios pré-históricos
encontrados em Lagoa Santa, Minas Gerais (Brasil).
Há pirâmides semelhantes no Egito e no México, e a mumificação de cadáveres
praticada no Egito antigo o era também no México e no Peru.
Também se verificou que o fundo do Atlântico está lentamente se erguendo: a
sondagem feita em 1923 revelou um erguimento de quatro quilômetros em 25 anos, o que
concorda com as profecias que dizem que a Atlântida se reerguerá do mar para substituir
continentes que serão, por sua vez, afundados, nos dias em que estamos vivendo.
Enfim, uma infinidade de indícios e circunstâncias asseveram firmemente a
existência deste grande continente, onde viveu a Quarta Raça, entre a Europa e a América.
Estes dados, quanto às datas, não podem ser confirmados historicamente, porém,
segundo a tradição espiritual, entre o afundamento da Lemúria e da Grande Atlântida houve
um espaço de 700 mil anos.

Os atlantes possuíam um profundo conhecimento das Leis da Natureza, mormente
das que governam os três elementos, terra, água e ar. Eram, também, senhores de muitos
segredos da metalurgia. As suas cidades eram ricas em ouro e alguns de seus palácios eram
feitos desse metal. Suas sub-raças espalharam-se por todos os países do mundo de então.
Cultivavam a magia negra e utilizavam-se grandemente dos elementais e de outros seres do
submundo.

Não se pode confundir Lemúria com Atlântida; ambos os continentes soçobraram,
mas o período decorrido entre as duas catástrofes foi de cerca de 700 mil anos.
Floresceu a Lemúria e terminou a sua carreira no espaço de tempo que antecedeu a
madrugada da idade eocene, pois a sua raça foi a terceira. Contemplai as relíquias dessa
nação, outrora tão grandiosa, em alguns dos aborígines de cabeça chata que habitam a vossa
Austrália.
Assim, com estes acontecimentos terríveis e dolorosos, extinguiu-se a Quarta Raça
e abriu-se campo às atividades daquela que a sucedeu, que, sobre todas as demais, foi a
mais importante e decisiva para a incipiente civilização do mundo.

A QUINTA RAÇA

Com a chegada dos remanescentes da Atlântida, os povos Hiperbóreos ganharam
forte impulso civilizador e, após várias transformações operadas no seu tipo fundamental
biológico, por efeito do clima, dos costumes e dos cruzamentos com os tipos-base, já
previamente selecionados pelos auxiliares do Cristo, conseguiram estabelecer os elementos
etnográficos essenciais e definitivos do homem branco, de estatura elegante e magnífica.
Esses homens de cabelos vermelhos, olhos azuis, vieram do norte, através de
florestas iluminadas por auroras boreais, acompanhados de cães e de renas, comandados
por chefes temerários e impulsionados por mulheres videntes.

Como se vê, a Quinta Raça foi a última, no tempo, e a mais aperfeiçoada, que
apareceu na Terra, como fruto natural de um longo processo evolutivo, superiormente
orientado pelos Dirigentes Espirituais do planeta.

Agora, podemos apresentar um esboço das cinco raças que viveram no mundo,
antes e depois da chegada dos capelinos.
São as seguintes:

1ª ) A raça formada por espíritos que viveram no astral terreno, que não possuíam
corpos materiais, e, por isso, não encarnaram na Terra.
Característica fundamental: "astralidade".
2ª) A raça formada por espíritos já encarnados, que desenvolveram forma, corpo e
vida própria, conquanto pouco consistentes.
Características: "semi-astralidade".
3ª) Raça Lemuriana - Estabilização de corpo, forma e vida, e acentuada eliminação
dos restos da "astralidade inferior". Com esta raça começaram a descer os capelinos.
Não se conhecem as sub-raças.
4ª ) Raça Atlante - Predomínio da materialidade inferior. Poderio material.
Grupos étnicos: Romahals, Travlatis, Semitas, Acádios, Mongóis, Turanianos e
Toltecas.
5ª) Raça Ariana- Predomínio intelectual. Evoluiu até o atual quinto grupo étnico, na
seguinte ordem: indo-ariana, acadiana, caldaica, egípcia, européia.

O DILÚVIO BÍBLICO

Por estes relatos diferentes se verifica que todos os povos do Oriente conheciam o
fato e se referiam a um dilúvio ocorrido nessa vasta região que vai das bordas do
Mediterrâneo, na Ásia Menor, ao centro norte do continente asiático.
Em alguns desses relatos as semelhanças são flagrantes e dão a entender que, ou o
conhecimento veio, promanando de uma mesma fonte informativa, ou realmente ocorreu,
atingindo toda essa região e deixando na consciência coletiva dos diferentes povos que a
habitavam a recordação histórica, para logo ser transformada em tradição religiosa.
Por outro lado, há vários contestadores da veracidade do acontecimento, que se
valem de diferentes argumentos, entre os quais este: de que chuvas, por mais copiosas e
prolongadas que fossem, não bastariam para inundar a terra em tão extensa proporção,
cobrindo "altos montes", como diz Moisés, ou "elevando-se até o céu", como diz a tradição
chinesa.
Atenda-se, porém, para o fato de que o estilo oriental de narrativas é sempre
hiperbólico; como também note-se que os testemunhos de alguns outros povos, como, por
exemplo, o Persa, não vão tão longe em tais detalhes, e os egípcios, que estão situados tão
próximos da Palestina, são ainda mais discretos afirmando unicamente que a terra foi
submergida.
Atentando para as narrativas hebraica, hindu, e sumério-babilônica, partes das quais
acabamos de transcrever, verifica-se que em todas, entre outras semelhanças, existe a
mesma notícia de uma família que se salva das águas, enquanto todos os demais seres
perecem.

Com a descrição do dilúvio asiático e de acordo com a divisão que adotamos para a
história do mundo, como consta do capítulo III, aqui fica encerrado o Primeiro Ciclo, o
mais longo e difícil para a evolução planetária, que abrange um período de mais de meio
bilhão de anos.

OS QUATRO POVOS

Após essas impressionantes depurações, os remanescentes humanos agrupados,
cruzados e selecionados aqui e ali, por vários processos, e em cujas veias já corria,
dominadoramente, o sangue espiritual dos Exilados da Capela, passaram a formar quatro
povos principais, a saber: os Árias, na Europa; os Hindus, na Ásia; os Egípcios, na África e
os Israelitas, na Palestina.
Os ÁRIAS, após a invasão da Índia, para aonde se deslocaram, como vimos, sob a
chefia de Rama, aí se estabeleceram, expulsando os habitantes primitivos, descendentes dos
Rutas da Terceira Raça, e organizando uma poderosa civilização espiritual que, em seguida,
se espalhou por todo o mundo.
Deles descendem todos os povos de pele branca que, um pouco mais tarde,
conquistaram e dominaram a Europa até o Mediterrâneo.
Os HINDUS se formaram de cruzamentos sucessivos entre os primitivos habitantes
da região, que fecundamente proliferaram após as arremetidas dos árias para o Ocidente e
para o sul, e dos quais herdaram conhecimentos espirituais avançados e outros elementos
civilizadores.
Os EGÍPCIOS - os da primeira civilização - detentores da mais dinâmica sabedoria,
povo que, como diz Emmanuel: "Após deixar o testemunho de sua existência gravado nos
monumentos imperecíveis das pirâmides, regressou ao paraíso da Capela."
E finalmente os ISRAELITAS, povo tenaz, orgulhoso, fanático e inamovível nas
suas crenças; povo heróico no sofrimento e na fidelidade religiosa, do qual disse o Apóstolo
dos Gentios:
- "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; porém, vendo-as
de longe, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra."
Povo que até hoje padece, como nenhum outro dos exilados, por haver desprezado a
luz, quando ela no seu seio privilegiado brilhou, segundo a Promessa, na pessoa do Divino
Senhor - o Messias.
Como disse o apóstolo João:
- "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandeceu nas trevas,
e as trevas não a receberam."